quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Próxima estación
PRÓXIMA ESTAÇãO
Fiquei varios minutos
pensando pra quem escrever.
Depois de tal desabafo,
vém aquela necessidade de dividir aquele anúncio escondido trás outros anúncios,
aquele que esta na frente todos os dias,
mas estando tão concentrados em nossa não concentração,
desaparece, estando sempre presente.
Olhando uma tela branca
tremida,
Inconforme com o desfecho tão descolorido,
continuo pensando pra quem envio estas linhas,
neste caso,
diferenciado
não ficaram só pra eu ler depois de semanas e ver como mudou a
percepção do escrito,
porque agora pegou pessado.
e vai demorar pra querer ler essas linhas novamente,
simplesmente porque dói.
e a pesar de ter certa relação amigável com a dor
neste particular caso,
prefiro olhar pra outro lado.
Me calo.
Entusiasmo
desvario
dois correndo atrás do gato.
Ta chegando um trem
vamos?
ah, mas eu quero sentar do lado esquerdo
sempre gostei do lado esquerdo
ah, mas eu quero sentar do lado direito
sempre gostei do lado direito,
vamos combinar
sentamos no meio?
silêncio.
um olha pro lado direito querendo o esquerdo
e o outro faz o mesmo
ao contrario.
empolgados
decidem sentar no meio,
com aquele barulho romântico de maria fumaça
começa a viagem.
no primeiro dia não importa sentar no meio.
no segundo dia, pela cabeça de cada um passa a possibilidade disso ser
um problema no futuro.
pouco importa nessa hora.
continua a viagem.
no terceiro dia um reclama pro outro que queria estar no lado contrário,
o outro sorri o que causa um efeito "solução" na outra parte,
conitnuam a viagem e começam a conversar de "outras coisas".
no quarto dia, aquele que sorriu reclama que o outro reclamou no terceiro
dia que queria sentar no outro lado e manifesta também sua vontade de ter
querido sentar no outro lado.
de novo,
mas agora a outra parte
com um olhar penetrante causa um efeito "solução" e tudo parece estar bem.
no quinto dia
um acorda com dor no pescoço,
mal humorado culpa a outro da dor e afirma que se tivesse sentado no
lado esquerdo não teria essa dor.
o outro, cansado e vítima ja do segundo reclamo, manifesa que também sente
uma dor nas costas, dor q não existiria se tivesse sentado no lado
direito.
ambos se calam,
se separam e sentam no lugar que queriam.
passa um dia.
ambos acordam com saudade do outro e decidem novamente sentar no meio.
um pouco menos pacientes mas ainda felizes de estar juntos,
coninuam a viagem.
passam 5 dias sem problemas.
a viagem é longa.
quase finalizando a primeira parte da viagem
uma das partes propõe q cada um sente no lugar que gosta,
no começo bate uma saudade
ambos inquietos sentem vontade de trocar de lugar e voltar ao meio,
ambos em diferentes momentos
refletem
e decidem que é melhor cada um ficar no lugar q gosta, afinal, vão
juntos, no mesmo trem e com mesmo destino,
não precisam por agora sentar-se juntos,
aquilo vai desgastá-los
e o fato de cada um sentar no "seu lado"
não quer dizer q não continuem fazendo essa viagem juntos,
afinal vão descer juntos do trem,
ambos querem, uma vez chegados a destino,
explorar juntos aquele lugar pelo qual tanto esperaram
e não vai importar onde sentaram,
o que vai importar é que quiseram fazer juntos a viagem
e que essa viagem fez ambos crescerem,
precisaram sentar separados,
pra depois caminhar um do lado do outro.
(essa é a versão emocional,
a real diz que cada um senta no seu lado e quando chegam no destino
final e descem do trem,
uma das partes percebe que ficava melhor sozinha,
e com dor a outra parte decide continuar até a próxima estação)
LOS HUEVOS DE FREDERICK (FRITANDO RELAÇõES)
vou até o supermercado ,
compro uma linda caixa de ovos
com o dinheiro de mais uma jornada de trabalho hipócrita.
chego em casa.
vou até a cozinha,
pego dois ovos,
os melhores da caixa.
pego minha melhor frigideira
começo a frita-los com um bom óleo
nada de reduzir custo.
deixo os ovos quietos
logo começo a mexer suavemente
mexo mais
e mais
e mais
e começo a suar
fazendo um movimento q me parece quase sexual.
eles estão ficando bons
e gritam para tirá-los
mas eu não quero
deixo-os.
mexo neles
mesmo que ja não precisam.
vão ficando secos
mais secos
e eu continuo mexendo.
começo a ficar asfixiada pela fumaça
oh fumaça!
os ovos vão ficando pretos
e continuo mexendo ovos descaraterizados.
quando ja não aguento mais
desligo o fogão
e contemplo os ovos q ja não quero comer.
vou até o supermercado ,
compro uma linda caixa de ovos
com o dinheiro de mais uma jornada de trabalho hipócrita.
chego em casa.
vou até a cozinha,
pego dois ovos,
os melhores da caixa.
pego minha melhor frigideira
começo a frita-los com um bom óleo
nada de reduzir custo.
deixo os ovos quietos
logo começo a mexer suavemente
mexo mais
e mais
e mais
e começo a suar
fazendo um movimento q me parece quase sexual.
eles estão ficando bons
e gritam para tirá-los
mas eu não quero
deixo-os.
mexo neles
mesmo que ja não precisam.
vão ficando secos
mais secos
e eu continuo mexendo.
começo a ficar asfixiada pela fumaça
oh fumaça!
os ovos vão ficando pretos
e continuo mexendo ovos descaraterizados.
quando ja não aguento mais
desligo o fogão
e contemplo os ovos q ja não quero comer.
TODOS NÓS.
ela disse que tudo passa
mas também que tudo volta.
a vida é tão injusta ela disse
e ele disse
a vida não é injusta
injusto é o homem que a vive.
afinal das contas
ninguém pede pra nascer
você pediu?.
a gente nada mesmo antes de conhecer a água.
a gente caminha mesmo sem ter pernas
a gente bebe mesmo sem abrir a boca
a gente chora
a gente ri
e a gente não sabe o que significa.
então, todos se pertencem
a vida
a injustiça
o homem.
bem-vindos ao clube!
qualquer um deles.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
escrevo para não esquecer os dias que possivelmente quero apagar do calendário (borracha?)
datas datadas de data (rotulagem!)
datas do calendário (papel picado)
calendário qualquer (mais um)
de todos os calendários. (tudo é ninguém)
hoje caminhando pelas correntes anestesiadas (inchação)
depois de assistir um filme de assuntos muito tocados (promiscuidade criativa)
me senti parte de nada (zero)
e quis voltar pra lugar nenhum, (por onde volto?)
momento intenso de não pertencer as correntezas... (?...?...?...)
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
ENTENDENDO O COMPORTAMENTO PÓS MODERNO
(BEM MODERNO, E BEM PÓS)
O IMPORTANTE É O DESAPEGO...
Carícias soltas
sem nexo
sem estrutura
cria-se um universo de gás
tendo como único objetivo
o aumento da temperatura,
do corpo
do olho
do tato
do alheio
que por um instante
finge-se verdadeiro
um desapego consciente
uma inconsciência casual
causal
uma casualidade conveniente
por uma conveniência passageira
uma rotina mal comportada
e então te declaro o quanto não te quero
o quanto não vamos conhecer um ao outro
e trocamos fluidos
carícias vazias
e te digo ao ouvido
com carinho fingido
que dificilmente lembrarei do teu sabor
dos teus olhos que tentam achar sentido
te digo que dificilmente pensarei em ti
e da impossibilidade do par.
e me tocas
e te toco
e me pedes licença
e eu te deixo entrar
e a porta fica sempre aberta
para não demorares muito a sair...
não há tempo para expectativas
tudo acaba antes mesmo de começar.
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